Nossa história

Executivos da Bioenergia Brasil, lideranças do setor sucroenergético e o deputado federal Arnaldo Jardim (ao centro) reunidos em Brasília

A Bioenergia Brasil, entidade nacional que representa o setor sucroenergético brasileiro, reúne 15 associações de classe, sendo a voz de 214 unidades industriais de todos os estados produtores de bioenergia e açúcar do País em uma só instituição. Criada em 2003 como Fórum Nacional Sucroalcooleiro, surgiu como instituição sem fins lucrativos com o objetivo de criar e ampliar canais de diálogo entre indústria, governo e a sociedade.

Sob a liderança do então presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (ALCOPAR), Anísio Tormena, acompanhou o perfil transformador da indústria canavieira e em 2009, passou a denominar-se Fórum Nacional Sucroenergético. A alteração refletia a evolução do setor, que além de etanol e açúcar, avançava em novas frentes energéticas com a produção de bioeletricidade.

Com o falecimento de Tormena em 2010, a entidade passou por uma transição conduzida por Luíz Custódio Cotta Martins, então presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (SIAMIG).

Em 2012, a instituição passou a ter status de entidade formal de representação do setor sucroenergético, com a oficialização de um estatuto social. Em 2013, foi eleito para liderar a entidade o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás (SIFAEG), André Rocha, com o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (SINDAÇÚCAR-PE), Renato Cunha, como vice-presidente. Ambos permaneceram no cargo até 2021.

Em julho do mesmo ano foi eleito o presidente do SIAMIG, Mário Campos, como presidente do Fórum e mantido no cargo de vice-presidente o presidente do SINDAÇÚCAR-PE, Renato Cunha.

Com atuação cada vez mais abrangente, representando as principais associações estaduais e regionais de produtores de bioenergia e açúcar, a instituição mais uma vez evoluiu junto com o setor que representa ao assumir, em 2023, o nome que aponta para o futuro energético nacional: Bioenergia Brasil.

Com participação intensa e proativa em inúmeras agendas de grande relevância para o setor, a Bioenergia Brasil registrou conquistas significativas para o setor nos últimos 20 anos, de cunho Social, Ambiental e Econômico.

(Esq. p/ dir.)o presidente da Bioenergia Brasil Mário Campos, o presidente da Alcopar Miguel Tranin, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Geraldo Alckmin, e o diretor executivo da Biosul, Érico Paredes

Dimensão Social

Em 2009, após dois anos participando de extensa negociação tripartite entre a indústria, trabalhadores e Governo Federal, a Bioenergia Brasil associou-se ao lançamento do “Compromisso Nacional para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar”. O acordo, de adesão voluntária, é composto de uma série de práticas trabalhistas que superam as obrigações exigidas por lei, e aprimoram a relação entre capital e trabalho no segmento. As empresas que aderem ao compromisso são auditadas por agências independentes, in loco, para comprovar o cumprimento das condições estabelecidas. O relacionamento com as entidades representativas dos trabalhadores hoje é conduzido pelas associações estaduais de produtores de bioenergia.

Considerando todos os elos dessa cadeia produtiva, composta por mais de 360 usinas e 70 mil fornecedores de cana independentes, o setor movimenta um PIB próximo de US$ 40 bilhões. Adicionalmente, gera quase dois milhões de empregos diretos e indiretos em 1.200 municípios. Nos últimos anos, a cadeia sucroenergética nacional passou por diversas transformações, sendo a principal delas no processo de mecanização da colheita. Como efeito direto desta evolução tecnológica, deu-se a geração de empregos de melhor qualidade e ganhos salariais, além da capacitação de trabalhadores que atuavam no corte manual da cana. Segundo pesquisa realizada pelo Cepea e da Esalq/USP em 2018, 95% dos empregados no setor possuíam carteira assinada.

Dimensão Econômica

Outro marco da atuação institucional da Bioenergia Brasil ocorreu em 2013, com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, de 20% para 25%. Em 2015, houve nova elevação, de 25% para 27%. Foram medidas estratégicas para a segurança energética nacional, reduzindo a dependência brasileira do combustível fóssil e impulsionando a produção doméstica de etanol. A fabricação anual de etanol anidro e hidratado – obtido direto na bomba no abastecimento de veículos flex, deu um salto significativo passando de 22 bilhões de litros para quase 37 bilhões de litros na safra 2021/2022.

Mais recentemente, em fevereiro de 2023, atendendo pleito da Bioenergia Brasil, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) retomou a cobrança do imposto de importação sobre o etanol americano, com aplicação de uma alíquota de 16% até o fim deste ano. Depois disso, o imposto será elevado a 18%, conforme solicitação da Bioenergia Brasil.

A presença da indústria sucroenergética é um marco de prosperidade no Brasil profundo. Localiza-se, principalmente, em cidades do interior, o que expande consideravelmente a fronteira do desenvolvimento. A lavoura da cana, em mais de mil municípios, está na linha de frente da produção agrícola.

Dimensão Ambiental

Importante contribuição da Bioenergia Brasil para o desenvolvimento da indústria bioenergética e a valorização da sustentabilidade do etanol ocorreu a partir de 2019, com a criação do RenovaBio, maior programa mundial de descarbonização da matriz de transporte. Hoje referência internacional entre iniciativas voltadas às energias sustentáveis, o programa estimula o uso do etanol e do biodiesel por meio de títulos verdes, os chamados “green bonds”, Cbios comercializados na Bolsa B3.

A partir de 2022, com a promulgação da Emenda Constitucional no 123/2022, os biocombustíveis passam a fazer parte do capítulo ambiental da Constituição, que determina que pelos 20 anos seguintes, deve haver tratamento tributário diferenciado para os biocombustíveis no Brasil.

A ampliação no uso do etanol teve impacto significativo para a melhoria da qualidade do ar nas metrópoles brasileiras, com resultados expressivos no tocante a níveis de poluição e hospitalizações para tratamento de doenças cardiorrespiratórias. Entre as consequências desses resultados está a chegada do exemplo brasileiro como modelo a ser adotado em mais de 50 países.