Por Andréia Vital
“Dentro dessa tendência mundial da descarbonização, que além da temática econômica inclui a ambiental, a gente começa a ver em outros sistemas como o setor de navegação e o setor de aviação e também outros sistemas com a possibilidade de utilizar os biocombustíveis como fonte de energia limpa e renovável. E novamente, o Brasil surge como protagonista desse processo”, afirmou o presidente da SIAMIG (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de MG) e do Fórum Nacional Sucroenergético (agora denominado Bioenergia Brasil), Mário Campos, durante participação no programa Energia Agro, apresentado por Plínio Nastari.
Durante sua participação no programa, Mário falou sobre as novas oportunidades para os biocombustíveis na atualidade, incluindo o SAF, sigla em inglês para Combustível de Aviação Sustentável.
Além das novas utilizações, Campos também ressalta a importância dos biocombustíveis nos âmbitos social, econômico e ambiental, destacando que sua utilização contribui expressivamente para a redução de emissões de gases do efeito estufa, assumindo um papel crucial no caminho para a descarbonização.
Segundo ele, as políticas públicas são um ponto importante na condução do segmento de biocombustíveis. “Quando se fala da descarbonização, se fala de legislações que impõe metas, temos também acordos setoriais, que também impõe metas. Aquelas empresas que compõem esses segmentos, se você tem pressão do consumidor, pressão do mercado financeiro tudo isso dentro dessa temática que é a descarbonização”, explica.
“É importante esses mercados terem sustentação financeira para esses investimentos. Estamos falando de custos tecnológicos, de grandes investimentos em pesquisas. Até pouco tempo se falava em descarbonização, redução de emissões, agora o mundo começa a falar é uma outra palavra, uma outra frase que é a neutralidade climática, onde são colocados seus prazos né 2050, 2040, 2045 dependendo da temática, dependendo do país, dependendo até da empresa. Então temos compromissos privados, compromissos públicos, que estão dentro desse processo e obviamente o mundo tem que chegar lá na frente e apresentar essa neutralidade climática”.
O RenovaBio é um desses mercados de carbono que foram desenvolvidos. “O segmento lutou muito por isso e conseguiu mudar sua forma de pensar. Se antes a gente pensava em produzir, ter maior oportunidade, ter um retorno com etanol, açúcar, eletricidade, agora a gente começa a olhar para o nosso sistema de produção e ver onde a gente consegue ter uma redução das emissões. As certificações se transformaram em uma ferramenta de gestão.
Temos mais de 300 empresas certificadas no Brasil, empresas que foram auditadas, que tem os seus números e ainda dá para melhorar muito ainda. Quando a gente observa faz um mapeamento dessas emissões das áreas elegíveis, a gente tem um grande potencial para melhorar.
O presidente da SIAMIG também destacou a questão da neutralidade tecnológica. “No sentido de que os países possam ter autonomia para fazer as suas decisões e ao mesmo tempo olhar para suas vocações internas, para aquele sistema já estruturados, que tem logística já pronta com escala, ou seja tem uma série de variáveis importantes aí que tem que ser levadas em consideração no que diz respeito a matriz energética”.
Assista a entrevista na íntegra: